quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O MISTÉRIO DAS PALHAS – Rio – janeiro - 2011


Palhas sagradas encobrem o mistério,
Poder contido em amuleto forte,
Tendo domínio sobre a vida e a morte,
Pune com a peste a quem não o leva a sério.

Seguindo solitário, também concede a cura,
Sem se importar em ter compensação,
Um agradecimento, sequer uma oração,
Dos males mais terríveis, àquele que o procura.

Nas mãos porta o fetiche, num feixe amarrados,
E que por seu poder seguem em busca de paz,
Espíritos que foram e agora não são mais,
No mundo seres vivos, outrora animados.

Este é senhor da terra que em sua grandeza,
Levando a paz e o alívio a quem sofre uma dor,
Afaga a seus filhos com paciência e amor
Conjugando humildade, poder a até beleza.

E estando eu prosternado, corpo colado ao chão
Louvo meu pai, exclamando “Atotô!
Omolu meu Orixá, meu dono, meu senhor”!
E com a fé mais pura, murmuro esta oração.

Ifaleke Aráilé Obi.

Um comentário:

  1. FILHOS QUE SÃO PEIXES - Junho, 2009

    Seios imensos que são fontes d’água
    Que brotam puras e se tornam rios
    E vão correndo em busca do oceano
    Vencendo, em sua rota os desafios.
    Ventre que gera os filhos incontáveis,
    Que como peixes nadam em cardumes
    Nas águas turvas de coisas condenáveis,
    Inveja, guerras, ódios e ciúmes.
    Reina nas fontes, nos rios e nos mares
    De águas tranqüilas ou de ondas gigantes.
    Faz das espumas que tece pelas praias
    Suas roupas leves, voláteis, elegantes.
    Usa colar de pérolas, e muitas jóias
    Feitas de conchas e de algas marinhas
    Mostrando a elegância de uma deusa
    E a altivez inimitável das rainhas.
    Olhar seu rosto é desafiar a morte,
    Tamanha a luz que vem de seu olhar,
    Luz que deslumbra e encanta, de tal sorte,
    Que por pequenos, pode nos matar.
    Brinca nas ondas, em vagas furiosas,
    E nas marolas que, beijando as praias,
    Tecem na areia, brilhantes e formosas,
    Rendas de espuma para ornar suas saias.
    Mãe das mães e dos filhos que são peixes
    Coloca sobre nós tua atenção!
    Abandonados, neste mundo, não nos deixe,
    Sem teu amor, sem tua proteção.
    E que possamos sempre, como agora,
    Teu nome, em glória, juntos exaltar.
    E a uma só voz, bradarmos, mundo á fora:
    Odo Yá, Mãe, Rainha, Yemanjá!


    Adilson Ifaleke Aráilé Obi

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