O PÁSSARO - Rio, setembro/2008
Pássaro Negro que em trevosas noites
Silente voa, suave, tenebroso,
E expande as trevas, apagando estrelas.
Uivos sinistros, medorentos ais.
Vento que agita as franjas das paineiras,
Molda mortalhas, sepultando a paz.
Da mãe ancestre, é filho, irmão, consorte.
Carrega em si, o pranto, a morte e a peste.
Espalha a fome, a guerra e a má sorte.
Ave maldita - maldição da vida.
Rompe a cabaça - o útero celeste.
Para voando, sem rumo, sem destino.
Levar consigo, em louco desatino,
Negra magia da bruxa pervertida.
Garras de sabre, escalpos afiados,
Abrindo ventres, derramando entranhas.
Bico curvado como anzol que prende
E devora sem dó, as vítimas que apanha.
Mas quem com o óleo vermelho foi untado.
Óleo da baga da palmeira santa.
Dos malefícios da ave é resguardado.
Aquele que à Mãe das mães presta homenagem,
Faz oferendas, e se prosterna em culto.
Será por ela mesma abençoado,
E contra ele a ave é impotente.
Ave maldita de ato inconseqüente,
Vôo feitiço, bruxedos, malefícios,
Tornam-se bênçãos após o sacro ofício
À mãe que é minha, e o é de toda a gente.
Adilson Ifaleke Aráilé Obi
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
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