DOCE MÃE - Rio – maio – 2009.
Com as luzes que vem do céu
Doce, que doce é o mel!
Águas limpas, rios mansos,
Linda, atrevida, faceira...
Mãe do amor que inconseqüente,
Toma o coração da gente
De todo jeito e maneira.
Feitiço que vem de longe,
Mas ninguém sabe de onde,
Torna o pranto em brincadeira.
Mexe os quadris, se insinua,
Vestida de ouro, ou nua,
Brilha como a luz do sol.
Minha mãe, deusa do amor
Atenua a minha dor
Traz alivio pros meus ais.
Embala-me em colo moreno
Faz eu me sentir pequeno
Enche o meu peito de paz.
Apazigua o sofrimento
Que obstrui o meu caminho,
Afaga-me com o carinho
Que não dá a qualquer um.
Dona do ventre e das águas,
Ameniza minhas mágoas,
Ore Yeye! Doce Oxun!
Babalawo Ifaleke Aráilé Obi
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
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FILHOS QUE SÃO PEIXES - Junho, 2009
ResponderExcluirSeios imensos que são fontes d’água
Que brotam puras e se tornam rios
E vão correndo em busca do oceano
Vencendo, em sua rota os desafios.
Ventre que gera os filhos incontáveis,
Que como peixes nadam em cardumes
Nas águas turvas de coisas condenáveis,
Inveja, guerras, ódios e ciúmes.
Reina nas fontes, nos rios e nos mares
De águas tranqüilas ou de ondas gigantes.
Faz das espumas que tece pelas praias
Suas roupas leves, voláteis, elegantes.
Usa colar de pérolas, e muitas jóias
Feitas de conchas e de algas marinhas
Mostrando a elegância de uma deusa
E a altivez inimitável das rainhas.
Olhar seu rosto é desafiar a morte,
Tamanha a luz que vem de seu olhar,
Luz que deslumbra e encanta, de tal sorte,
Que por pequenos, pode nos matar.
Brinca nas ondas, em vagas furiosas,
E nas marolas que, beijando as praias,
Tecem na areia, brilhantes e formosas,
Rendas de espuma para ornar suas saias.
Mãe das mães e dos filhos que são peixes
Coloca sobre nós tua atenção!
Abandonados, neste mundo, não nos deixe,
Sem teu amor, sem tua proteção.
E que possamos sempre, como agora,
Teu nome, em glória, juntos exaltar.
E a uma só voz, bradarmos, mundo á fora:
Odo Yá, Mãe, Rainha, Yemanjá!
Adilson Ifaleke Aráilé Obi